- O material é usado na produção dos clipes de fixação do chicote elétrico dos airbags traseiros do SUV
- A reciclagem ajuda a reduzir as cerca de 13 milhões de toneladas de plástico despejadas a cada ano nos oceanos, que ameaçam a vida marinha
- Este é mais um pioneirismo da Ford no desenvolvimento de materiais sustentáveis para automóveis
A Ford é a primeira montadora a usar plástico 100% reciclado dos oceanos na produção de peças automotivas. O material está sendo empregado nos clipes de fixação do chicote elétrico do Bronco Sport, o primeiro modelo a estrear a novidade.
O náilon obtido dessa forma, segundo a Ford, têm a mesma resistência e durabilidade do que é feito à base de petróleo, mas custa 10% menos e consome menos energia na produção. O seu uso abre novas oportunidades para o esforço global de redução dos detritos dos oceanos, que prejudicam a vida marinha ou terminam depositados em aterros sanitários.
“Essas pequenas peças representam o primeiro grande passo para o uso de plásticos reciclados do oceano nos veículos”, diz Jim Buczkowski, vice-presidente de Pesquisa e Engenharia Avançada da Ford. “É um forte exemplo de economia circular e da liderança da Ford na busca da sustentabilidade.”
Cerca de 13 milhões de toneladas de plástico são despejadas anualmente nos oceanos, ameaçando a vida marinha e poluindo as costas, de acordo com a Pew Charitable Trusts, organização não governamental global. Grande parte é atribuída à indústria pesqueira, que usa redes de pesca e outros equipamentos de plástico devido à sua durabilidade, leveza, flutuabilidade e baixo custo.
Essas mesmas qualidades contribuem para a criação das “redes fantasmas”, uma ameaça fatal e crescente para a vida marinha. Esse material que aprisiona peixes, tubarões, golfinhos, focas, tartarugas marinhas e pássaros compreende quase 10% de todos os resíduos plásticos no mar.
Os clipes de plástico marinho reciclado do Bronco Sport não são visíveis para os ocupantes do veículo. Eles pesam cerca de cinco gramas e ficam presos nas laterais dos bancos traseiros, guiando os cabos dos airbags laterais de cortina. Os testes mostram que, apesar da exposição à água salgada e ao sol, o material é tão forte e durável quanto o feito de matéria-prima virgem.
Coletado no Oceano Índico e no Mar da Arábia por uma empresa especializada, a DSM Engineering Materials, esse plástico já é utilizado em vários bens de consumo, mas as peças automotivas até agora não estavam na lista. Depois de ser lavado e seco, ele é extrudado em pequenos grânulos e moldado por injeção pelo fornecedor HellermannTyton.
A Ford já estuda produzir outras peças, como suportes de transmissão, protetores de cabos e trilhos laterais de assoalho, que podem ser atendidas pelas características de resistência e durabilidade do material.